quarta-feira, 25 de novembro de 2009
"Política natalista pura não serve"
Como entende o aumento do divórcio?
Os laços que se criam são mais frágeis, vive-se o imediato e, sobretudo, não se cuida do amor. Por outro lado, os casais também já não ficam no casamento de uma forma hipócrita. Contudo, as pessoas não estão acordadas para as dificuldades da conjugalidade. E se tivermos em conta que os primeiros problemas surgem no princípio do casamento, os casais necessitam de ajuda para mediar conflitos. É o receio dos conflitos que faz diminuir o número de casamentos?
A cultura dominante introduziu a ideia de que os casais novos devem ter um tempo prévio para experimentar a conjugalidade, sem oficializar a relação.A taxa de natalidade continua a baixar. É preocupante?
Sim, e mais grave é perceber que se trata de uma tendência que deverá piorar.
O que a leva a concluir isso?
O presidente da República deu provas dessa preocupação na semana que dedicou aos idosos. Mas o seu alerta cai em saco roto porque o Governo não tem uma política de família.
O que é urgente fazer?
É necessário implementar uma política que leve os portugueses a terem mais filhos. Mas não é só com subsídios que vamos lá. Uma política natalista pura e dura não serve. Não se pode fazer de uma criança um valor monetário. É preciso dar mais apoio à conciliação entre a família e o trabalho e dizer claramente à população que o país precisa de mais filhos, que a reposição das gerações não se faz com os casais a terem apenas um filho.
in Jornal de Notícias, 29 de Novembro de 2005
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